Grande muralha solar do deserto da Mongólia Interior impulsiona energia limpa na China

Transformação do deserto em fonte de energia sustentável

No coração da Mongólia Interior, um vasto campo de painéis solares cobre dunas de areia antes desertas, formando o que é conhecido como a “Grande Muralha Solar”. Esta iniciativa chinesa visa produzir energia limpa em grande escala, respondendo ao compromisso do país com a redução das emissões de gases de efeito estufa até 2035.

Compromisso do governo chinês e metas ambiciosas

O presidente Xi Jinping declarou empenho em reduzir em até 10% as emissões nacionais em relação aos picos esperados para 2025. Para tanto, as instalações solares crescerão significativamente nos próximos anos. De 2022 a 2030, espera-se que a capacidade dessas usinas nos desertos triplique, abastecendo regiões metropolitanas como Pequim, que dependem de energia confiável e limpa.

A magnitude da usina solar de Kubuqi

A usina em Kubuqi, visitada por agências internacionais, ocupa mais de 100 km² e conta com cinco milhões de painéis que se adaptam ao relevo das dunas. Além disso, utiliza tecnologia inovadora como ventiladores automáticos para limpeza e painéis de dupla face, que aumentam sua eficiência. A instalação fornece energia suficiente para milhões de residências e entrou para o Guinness Book como a maior imagem criada por painéis solares.

Desafios na operação e soluções tecnológicas

Operar painéis solares no deserto apresenta dificuldades únicas. As tempestades de areia são uma constante ameaça, exigem manutenção constante e geram altos custos de água para limpeza. Por isso, a automação e a escolha de materiais mais resistentes são fundamentais para garantir a longevidade do projeto. A gestão eficiente dos recursos se tornou uma prioridade para garantir o sucesso do empreendimento.

Impactos socioeconômicos e turismo

O projeto não apenas transforma o cenário energético, mas também gera oportunidades econômicas locais. A região de Kubuqi vê aumentar o turismo sustentável, com atividades de lazer ligadas ao rico patrimônio natural e à beleza arquitetônica das placas solares. Moradores locais, como Chang Yongfei, mudaram o foco de seus negócios e agora exploram essa nova vocação turística, gerando renda e empregos.

Reflexão sobre os impactos ambientais

Entretanto, especialistas alertam para possíveis impactos no clima local, como alterações nos fluxos atmosféricos e redução das chuvas em outras regiões devido ao calor absorvido pelas grandes áreas de painéis. Por isso, pesquisadores defendem um desenvolvimento mais inteligente e bem planejado, equilibrando a expansão da energia limpa com a proteção ambiental.