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PCC lavou R$ 450 milhões em motéis e hotéis de São Paulo, aponta Operação Spare

PCC lavou R$ 450 milhões em motéis e hotéis de São Paulo, aponta Operação Spare

O Primeiro Comando da Capital (PCC) usou mais de 60 motéis e empreendimentos hoteleiros em São Paulo para lavar dinheiro ilícito, segundo investigações da Receita Federal e do Ministério Público Estadual. A Operação Spare revelou que, em quatro anos, o esquema movimentou cerca de R$ 450 milhões com o uso de laranjas e empresas de fachada.

Lista dos motéis identificados

As investigações já identificaram motéis e hotéis em diferentes cidades da Grande São Paulo e bairros da capital. Entre os principais estabelecimentos citados estão:

  • Maramores Empreendimentos Hoteleiros (Ribeirão Pires)
  • Motel Uma Noite em Paris (Itaquaquecetuba)
  • Motel Chamour (Santo André)
  • Motel Casual (São Bernardo do Campo)
  • Sunny Empreendimentos Hoteleiros (diversas localidades)
  • Mille Motel
  • Marine Empreendimentos Hoteleiros
  • Ceesar Park Empreendimentos Hoteleiros
  • Motel Vison

Como funcionava o esquema

O PCC mantinha o controle desses motéis por meio de “laranjas”, que assinavam contratos e administravam as empresas para ocultar a participação da facção. Além disso, a receita dos estabelecimentos era inflada artificialmente. Assim, os responsáveis conseguiam justificar a distribuição mensal de lucros e dividendos que aumentavam o patrimônio dos envolvidos.

O grupo também movimentava recursos entre empresas relacionadas, incluindo restaurantes e negócios paralelos. Muitas vezes, usava CNPJs diferentes para disfarçar a origem dos valores, que não correspondiam à atividade declarada.

Movimentações financeiras e operações imobiliárias

O esquema não se limitava ao setor hoteleiro. Com os recursos obtidos, integrantes do PCC compraram imóveis de luxo e bens de alto valor, como iates. Essas aquisições tinham o objetivo de ocultar a origem ilícita dos fundos. Por isso, as operações imobiliárias se tornaram alvo de análise detalhada durante a investigação.

A operação das autoridades

Na Operação Spare, 110 policiais militares do Comando de Choque atuaram junto com agentes da Receita Federal e do Ministério Público. A ação cumpriu 25 mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao esquema. Como resultado, os investigadores apreenderam dinheiro em espécie, celulares, computadores e documentos que sustentam o processo.

As autoridades também direcionaram a fiscalização para outras frentes de arrecadação da facção, como apostas ilegais e combustíveis adulterados.

Impactos e medidas futuras

A investigação não apenas revelou a lavagem de dinheiro em hotéis e motéis, mas também mostrou como o crime organizado se infiltra em setores variados da economia paulista. Além disso, os órgãos de controle prometem intensificar a vigilância sobre atividades suspeitas e propor ajustes na legislação.

Conclusão

O uso estratégico de motéis e empresas hoteleiras pelo PCC demonstra a sofisticação da rede de lavagem de dinheiro em São Paulo. Entretanto, operações como a Spare reforçam o compromisso das autoridades em combater a expansão financeira da facção.

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